domingo, 1 de novembro de 2009
GRAÇAS AO SEGURO - por Merlânio Maia
Um advogado e um engenheiro estão pescando no Caribe. O advogado comenta:
- Estou aqui graças ao seguro, minha casa foi destruída num incêndio, o seguro pagou tudo.
- Que coincidência! - diz o engenheiro. - Minha casa foi destruída num terremoto e o seguro pagou tudo.
O advogado olha intrigado para o engenheiro e pergunta:
- Como você faz para provocar um terremoto?
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
O ERRO DA VENDEDORA - Chico Pedrosa/PB
quinta-feira, 18 de junho de 2009
A DEFESA DA MULHER
A DEFESA DA MULHER
Merlânio Maia
Contam lá no meu sertão
Que uma jovem camponesa
Lutava no seu torrão
Pra levar comida a mesa
Com o seu machado se empenha
Fazer da árvore lenha
Com sua força juvenil
Quando num golpe mais forte
O seu machado erra o corte
E cai num profundo rio
Ela fica um tanto aflita
Pois só tem esse machado
Se ajoelha e diz contrita
- Ó Deus meu, Pai adorado,
Me socorre, meu Senhor
Ajuda-me, por favor!
E ao findar dessa oração
E esses clamores tão seus
A ela aparece Deus
E ela treme de emoção
E Deus mergulha no rio
Perigoso e agitado
Volta igual como saiu
E nas mãos traz um machado
Mas um machado de ouro
Reluzente qual tesouro
Que ele ostenta em sua mão
E pergunta do seu lado:
É este aqui o teu machado?
E ela lhe responde: É Não!
Deus mergulha novamente
E lhe traz outro machado
De diamantes reluzentes
De esmeraldas, cravejado
E pergunta: É este, então?
E ela lhe responde: Não!
Então Deus pula no rio
E sai com um machado bronco
Do cabo feito de tronco
E lhe pergunta gentil:
- É este aqui o teu machado?
E ela diz: Sim, meu Senhor,
Sou feliz por tê-lo achado!
E Deus cheio de esplendor
Lhe fala: - Tua atitude
Mostra que ainda há virtude
E foi bom ter te ajudado
És honesta e és decente
Por isso como presente
São teus esses três machados!
A mulher fica feliz
Agradece o seu presente
E a vida como a raiz
Se aprofunda e segue em frente
Certo dia o seu marido
Seguia o rio comprido
E o cavalo de repente
Se espanta e o joga no rio
E ela que a tudo assistiu
Se ajoelha penitente
E roga ali sem demora:
- Ó Deus, Tu és poderoso
Me socorre nesta hora
Salva o meu querido esposo
Deus veio logo que ouviu
E assim mergulhou no rio
E trouxe-lhe outro varão
Mais bonito e mais bem feito,
Que o seu marido. Perfeito!
O cabra era a tentação!
Deus lhe volta com a questão:
- É este aqui o teu marido?
E ela cheia de emoção
Diz: - Senhor, é o meu querido!
Deus enfurecido grita:
- Ousas me mentir gasguita
Eu que fiz a terra e o mar?
Infiel e sem vergonha!
E ela diz sem cerimônia:
- Senhor, eu posso explicar!
- Explica, infiel e inglória!
E ela diz: Ó meu Senhor,
Eu já conheço essa história
Das provas do vosso amor
Se eu renegasse este belo
Trarias lindo modelo
Pois sei que outro viria
E se eu negasse um por vez
Meu prêmio seria os três
E é pecado a TRIGAMIA!
E Deus Todo-complacente
Diz: - Tem lógica e tens razão
És astuta e boa crente
E tens belo o coração
E assim Deus foi convencido
Ela teve o seu marido
E a sua vida bendita
Moral da história é um conceito:
“A mulher mente de um jeito
Que até Deus acredita!”
sexta-feira, 22 de maio de 2009
A TRISTE FATALIDADE - Autor: Merlânio Maia
A TRISTE FATALIDADE
Autor: Merlânio Maia
Simeão de Pedro Bento
Juntou a família inteira
E firmou seu pensamento
De sumir de Catingueira
Pois a seca no sertão
Expulsava Simeão
Da sua terra natal
Assim juntou a família
E botou o pé na trilha
De São Paulo capital
Chegando na capital
Simeão se espantou
Tanto prédio vertical
No entanto ele encontrou
Uma oportunidade
Já buscava na cidade
Um emprego urgentemente
Pois se achava arranchado
Num barraquinho apertado
De um seu contraparente
Conseguiu se empregar
Depois de muito suplício
Seu trabalho era limpar
Vidraça de edifício
Passava dias inteiros
Junto de dois companheiros
Nos andaimes pendurado
Só assim pode alugar
Um barraco pra morar
Na favela do alagado
Não cochila nem descansa
Não recompensa com cobre
Nem dá sombra ou água mansa
Mas quando quer maltratar
Faz no vigésimo andar
Como fez com Simeão
A barriga fez compressa
- Cumpade desça depressa
Num dá pra segurar não!
Porque descer nem pensar!
- Ô rapaz faz isso não
Não consigo nem falar
Que o registro já fez bico
Arranje um balde, um penico
Ou desça no zum zum zum!
- Bata alí nessa janela
Peça ajuda a dona dela
Descer de jeito nenhum!
Me socorra, dê um jeito
Já tô me acabando em lama
E vou melar o rejeito
Logo a mulher protamente
Leva o Simeão valente
Pra que possa aliviar
E o pobre entra correndo
Que o monstro estava crescendo
E ele a gemer sem parar
Espremendo o fato seu
A corda que segurava
O andaime se rompeu
Os companheiros coitados
Lá de cima despencaram
Se esborrachando no chão
Simeão na tremedeira
Viu que aquela caganeira
Foi a sua salvação
Da triste fatalidade
E as famílias choravam
De desespero e saudade
A esposa de Simeão
Orava de gratidão
A Deus, por tê-lo poupado
Quando o dono da empresa
Trouxe uma grande surpresa
Pra família dos coitados
E a minha alma está presa
O meu coração doeu
Por isso a nossa empresa
Dará casas mobiliadas
Às famílias enlutadas
Pra alívio do sofrimento
E por dez anos de vida
Terão feira garantida
Pra amenizar o tormento
Ganhará vinte salários
E os órfãos filhos e filhas
Terão mais uns honorários
E até a faculdade
A educação de verdade
Eu continuarei pagando
E a mulher de Simeão
Diz metendo-lhe a mão:
E esse bonitão CAGANDO!!!