sábado, 24 de dezembro de 2011

ORAÇÃO NO DIA DE NATAL


ORAÇÃO NO DIA DE NATAL 
Merlânio Maia 

Senhor hoje é o teu Natal 
Todo o mundo comemora 
É tanta emoção agora 
Nascida dos dias teus 
Muitos cantam, muitos choram, 
Muitos bebem, muitos comem... 
Hoje o coração do homem 
Saúda o Filho de Deus 

Não mais a arena dos césares 
Não mais as perseguições 
Não mais as inquisições 
Não mais o medo dos teus 
Não mais tristes armadilhas 
Não mais a cruz infamante 
Não mais a morte aviltante 
Dos heróis cristãos de Deus 

2000 anos se passaram 
A dor ainda continua 
Os pedintes pela rua 
A fome matando assim 
O orgulho desenfreado 
Por poder, riqueza e fama 
Bem ao lado a dor reclama 
De todo esse mal - o fim! 

Tua canção tão sublime 
A voz doce duradoura 
Vai criando a manjedoura 
No coração do vivente 
A fraternidade chega 
Tira a chaga e vai ficando 
E ao mundo modificando 
Como o nascer da semente 

Ó Semeador divino 
O teu canto ainda ecoa 
Ensina, alegra e abençoa 
Enche o mundo de esperança 
E nos acorda depressa 
Pois o tempo urge agora 
Só o Evangelho aprimora 
Toda Bem aventurança 

Nós sabemos que a semente 
Que semeastes, Senhor, 
É o mais sublime amor 
Que frutifica bem mais 
Aquece, ampara, edifica, 
Desperta, educa e conduz 
Cada um de nós rumo a luz 
Pra que o mundo tenha paz 

É Natal, Senhor Jesus 
É o teu Natal de esplendor 
Rogamos que o teu amor 
Toque nossa alma afinal 
Para emprestarmos as mãos 
No socorro ante aos irmãos 
E assim de espíritos sãos 
Festejarmos teu Natal! 

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

DAUDETH BANDEIRA APRESENTA O LIVRO MENESTREL DE MERLÂNIO MAIA


APRESENTAÇÃO DE DAUDETH BANDEIRA

               
                PARA muitos autores, contar histórias é apenas uma oportunidade de expressar-se ante as inquietações humanas, entretanto, para poucos, assim como Merlânio, desenvolver esta atividade é uma maneira de transportar-se a um mundo misterioso de experiências espirituais entrelaçadas através do espaço-tempo, tamanha grandeza é indiscutível pela envolvente e atraente linguagem empregada por ele em seus trabalhos poéticos e culturais. De forma que seus leitores vão além de admiradores, ou seja, passam a indagar sobre os diversos mundos e sobre si mesmos.

A linguagem popular, ora emocionante ora irreverente abordada nesta edição, garante o alcance do senso comum, pois independente de crenças e intelectualidade o homem conhece o poder tele-transportador das palavras e o busca como fio condutor entre ele e seu derredor. “MENESTREL – O contador de história”, o livro que ora se apresenta, é mais uma obra de autoria do ilustre poeta, músico e compositor Merlânio Maia, que já nos brindara com sua exuberante verve em outros livros de sua lavra, a exemplo de: “Cantando e contando histórias”, “Cordel de Luz”, “Poesia que canto e conto”, cujo tema central nos trouxe grande contribuição e riqueza de ensinamento às nossas vidas por meio de sábias lições de espiritualidade.

“MENESTREL – O contador de histórias” é uma obra eminentemente popular, composta de poemas, cantigas e causos extraídos do nosso cotidiano, com ênfase àqueles mais pitorescos cuja graça, marotice e humor lhes são absolutamente inerentes. Pelo que se convida a todos os leitores e escritores abeberarem-se desta fonte inesgotável de imaginário popular.

Daudeth Bandeira de Caldas 
 14 de setembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

O POETA E O PASSARINHO


Meu povo,

Este poema me veio agora, enquanto escutava a bela voz de Flávia Wenceslau.

Fiquei tão estasiado com suas músicas que veio rasgando lá de dentro este poema.

O POETA E O PASSARINHO 
Merlânio Maia 


Um passarinho cantante 
Logo que o sol nascia 
Pousava em minha janela 
E a sua canção trazia 
A minha alma de poeta 
Sentia-se tão completa 
Vendo aquele passarinho 
Me despertar na aurora 
Que senti naquela hora 
Que era Deus no meu caminho 

Era o Bom dia mais certo 
Na hora que o sol raiava 
Esta divina visita 
Na janela se postava 
E depois de olhar pra mim 
Virava pra o céu sem fim 
E cantava os versos seus 
E eu chorava agradecendo 
Que era mesmo que estar tendo 
Uma visita de Deus 

Enquanto eu tive no peito 
A poesia e a emoção 
Aquele canto perfeito 
Enchia-me o coração 
Mas as coisas ilusórias 
A busca infinda das glórias 
Me tirou deste caminho 
Sem poesia, as coisas vãs 
Me entristeceram as manhãs 
Sem Deus e sem passarinho 

Perdido vagava igual 
Uma folha solta ao vento 
Sofrendo no carrascal 
Sem ter paz um só momento 
Depois de muito penar 
Decidi tudo largar 
E retornar ao meu ninho 
Abracei-me a poesia 
E Deus no raiar do dia 
Me enviou o passarinho 

Que desceu pela janela 
Cantou, trinou no seu canto 
Trouxe outros cantadores 
E eu ali verti meu pranto 
Lembrei-me do Filho Pródigo 
E desvendei todo o código 
Que encantava os sonhos meus 
E canto e não sou sozinho 
Pois poeta e passarinho 
São missões dadas por Deus!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

MENESTREL, O LIVRO DO POETA MERLÂNIO MAIA LANÇADO DIA 19 DE OUTUBRO



Meu povo querido,

Dia 19 de Outubro de 2011, no Casarão 34, em João Pessoa, Paraíba, Brasil, às 20 horas, o poeta Merlânio Maia fez o lançamento do seu mais recente livro: MENESTREL - o contador de histórias.

O poeta com a família, fizeram acontecer este evento lindo.

Os poetas convidados, Daudeth Bandeira, Nonato Costa, Raimundo Nonato, Bebé de Natércio e Bira Delgado, formaram a mesa de cultura e começaram a bela festa.

Mesa de cultura: Daudeth Bandeira, Nonato Costa, Raimundo Nonato, Merlânio, Bebé de Natércio e Bira Delgado

Depois, Merlânio fez a apresentação do livro revelando alguns poemas que mexeram com o humor das pessoas, como é de praxe.


O carinho dos amigos em comparecerem foi um diferencial no evento, como o coordenador do MOVPAZ Almir Laureano, o Secretário de Transparência Pública da PMJP Alexandre Urquiza, o diretor da CAGEPA Jorge Gurgel, Superintendente da CAIXA Elan Miranda e o vereador Geraldo Amorim.
Parcial da platéia: Ver.Geraldo Amori, Almir Laureano e Urquiza
Merlânio e o povo da CAIXA: Carlos Máximo, Clizenite, Elan, Luciana e Edilton

Raquel, Nonato Costa, Daudeth Bandeira, Merlânio e Raimundo Nonato


João Alves, Neide, o poeta e Jeovan. AMIGOS
E muitas outras personalidades da sociedade pessoense compareceram a nossa festa do livro.
Dr. Josias Batista, Dr. Osório Abath: AMIGOS

Depois foi um coquetel com autógrafos.
Autografando para o poeta Pedro Fernandes

Nonato Neto sua esposa Isabel

Autografando para o Secretário Alexandre Urquiza

Autógrafo para o Diretor da CAGEPA Jorge Gurgel

Almir Laureano e sua esposa Marize
E pra finalizar, todos foram  convidados para o andar de cima do Csarão 34, aonde estava preparado uma festa da cultura com um palco, som e os grandes poetas se apresentando.

Daudeth Bandeira declamando e Bob Laureano no violão

Declamação da noite

Bebé de Natércio e Bob Laureano música e poesia genuina

Tiepolo Aquino, amigo querido e grande empresário esteve presente











Diz o poeta finalizando a matéria: - Só posso ser imensamente grato a Deus que me concedeu tanta alegria nesta data de outubro três dias após eu completar 50 Anos.

Parabéns, Poeta!


quarta-feira, 27 de julho de 2011

HOMEM FRACO NÃO AGÜENTA PROVOCAÇÃO DE VIZINHA!


HOMEM FRACO NÃO AGÜENTA
PROVOCAÇÃO DE VIZINHA
Autor: Daudeth Bandeira

Com a Bíblia e um rosário
Procurei um reverendo
E fui logo lhe dizendo:
- Escuta aqui seu vigário
A um confessionário
Há muito tempo eu não vinha
Porque motivo não tinha
Mas hoje um me atormenta
Homem fraco não agüenta
Provocação de vizinha

Eu não bebo, não namoro
Também não tenho complexo
Mas, porém, filme de sexo,
Me perdoe padre, eu adoro
E lá na rua em que eu moro
Mora uma comadre minha
De juízo de galinha
E a traseira de jumenta
Homem fraco não agüenta
Provocação de vizinha

No Altar da Santa Madre
Não nego os pecados meus
Seu padre, eu pensava em Deus
Agora é só na comadre
Precisa de ver, seu padre
Como é que ela caminha
E no banco da pracinha
Como é que ela se senta
Homem fraco não agüenta
Provocação de vizinha

A mulher é tão faceira
Que quando chega da praia
Tira a blusa, tira a saia
E se escorna numa cadeira
Uma perna em Mangabeira
Outra lá em Camboinha
E é nessa brincadeirinha
Que o caboclo se arrebenta
Homem fraco não agüenta
Provocação de vizinha

Entre as casas minha e dela
Há uma meia parede
Igual a um touro com sede
Eu olhava ontem pra ela
Ela chegou na janela
Esticou uma cordinha
E estendeu uma calcinha
Roçando na minha venta
Homem fraco não agüenta
Provocação de vizinha

O padre aí perguntou:
- E ela tem as pernas grossas?
- Dão três ou quatro das nossas,
Seu Vigário, já pensou?!
A tez é de um bibelô
Nunca nasceu uma espinha
Todos desejam a boquinha
Dos seus lábios de polenta
Homem fraco não agüenta
Provocação de vizinha

O padre fez um sorriso
E falou com água na boca:
- Vou confessar essa louca
E vou com ela ao paraíso
Diga a ela que eu preciso
Falar com ela à noitinha
Ela me espere sozinha
Que eu chego as doze e quarenta
Homem fraco não agüenta
Provocação de vizinha

E você, seu deletério,
Seu maníaco, seu tarado,
Vá rezar ajoelhado
No portão do cemitério
Pra cada santo um mistério
E uma salve rainha
E a cada ladainha
Acenda uma vela benta
Que depois você agüenta
Provocação de vizinha!

terça-feira, 17 de maio de 2011

O DEZ RÉIS DO GOVERNO = LEANDRO GOMES DE BARROS

O DEZ RÉIS DO GOVERNO

Apresentamos um folheto raríssimo do mestre Leandro Gomes de Barros, publicado em 1907. A grita é contra a cobrança abusiva de impostos na República Velha. Pelo visto, as coisas não mudaram muito de lá para cá... Um detalhe importante: na capa da publicação aparecem alguns agentes (revendedores) dos folhetos de Leandro. Tudo indica que ele foi o primeiro a criar esse sistema de distribuição e chegou a ter agentes até no Acre. Como o leitor pode notar, mantivemos a grafia original do folheto:

O dezréis do Governo
(Leandro Gomes de Barros)

Conversavam dous vizinhos
Moradores de um sobrado
Exclamou, um oh! vizinho!
Já viu o que tem se dado?
O quê? - Perguntou o outro
Os 5 réis do estado.

Pergunta outro vizinho
Não é esse do vintém?
É um imposto damnado
Que não escapa ninguém,
É peior do que bexiga
Não repara mesmo alguém.

Bexiga ainda tem vacina
Que um outro sempre escapa
Mais esse imposto d’agora!
Só a doutrina do Papa
Qualquer cousa que se compra
Os fiscais dão mão de raspa.

Não me recordo do dia
Já estraguei a lembrança
Meu tio tem avó em casa
Foi fazer uma mudança
Pois para tirar a velha
Foram com ella a balança.

Morreu uma italiana
No pateo de São José
Pesavam cento e dez quilos
Os bichos de cada pé,
Foi pesada e pagou tudo
Veja o mundo como é.

O carcamano pai d’ella
Humilde que só um réu
Dizia senhor perdoe-me
Isso faz chamar o céo,
Disse o fiscal faz lá nada
Isto aqui é um pitéu.

Senhor! Exclamava o velho
Não tem isso nem aquilo
Dizia serio o fiscal
Aqui não escapa um grilo,
Á de pagar o estado
Cinco réis por cada kilo.

Outro italiano velho
Que vivia aqui na praça
Com dez kilos de remendo
Que tem no fundo da calça,
Quis sahir para a Italia
E não pode sahir de graça.

O gringo velho exclamava
Lançando um olhar no mundo
Oh! Senhor! este Brasile
É um abismo profundo,
Eu hei de levar a calça
Mas hei de deixar o fundo.

Comprou 3 caixas de flandre
Um funileiro atrasado
Ia sahindo escondido
Levando o flandre guardado
Disse um fiscal não senhor
Seu flandre á de ser pesado.

Nosso Brasil hoje está
Como quando inda era inculto
Quem foi quem já viu pagar
Por um meio absoluto?
Pesar-se em meio da praça
Até fumo de matuto!

Eu já tive uma idéia
Encuti no pensamento
Quando entrar outro governo
A novo regulamento,
Eu creio que inda se pesa
Chuva, sol, poeira, e vento.

Não sei o que descubram mais
Para acabrunhar o povo
É medonho o disparate
Que traz o governo novo
Fica tudo igual ao pinto
Que morre dentro do ovo.

Antes de haver eleição
Só vê-se é prometimento
Dizerem tudo melhora
Muda-se o regulamento
A melhora é augmentarem
Do que está sento por sento.

O mundo vai tão errado
E a cousa vai tão feia
A garantia do pobre
É ponta-pé e cadeia,
As creanças já não sabem
O que é barriga cheia.

A Semana tem seis dias
Quem quiser andar direito
Há de dar dous ao estado
E dois e meio ao prefeito,
E não á de se queixar
Nem ficar mal satisfeito.

O commercio nada perde
Ganha com isso tambem
Cresse cinco réis de imposto
Elle cá sobe um vintem,
E diz: chore quem chorar
Eu não sou pai de ninguem.

Entretanto o Brasileiro
Tem muito o que padecer
O governo que era o unico
Que podia proteger,
Diz: eu enchendo a barriga
Tudo mais pode morrer.

Assim mesmo ha homem
Inda esperando melhora
E vê que a justiça é cega
Disse hontem e nega agora,
E surda não ouve o echo
Do pobre aflicto que chora.
Recife, 1907

LINK - Para visualizar a edição original do folheto:http://docvirt.com/docreader.net/docreader.aspx?bib=RuiCordel&pasta=&pesq=LC6077

domingo, 8 de maio de 2011

A LENDA DA MÃE


 

A LENDA DA MÃE
Merlânio Maia



Mãe é tesouro sagrado

Que Deus botou nesse mundo
Fulgor dos céus oriundo
Trazido ao lodo da Terra
Toda mãe tem uma linha
Direta com o Criador
              Pois só ternura e amor
              O seu coração encerra


Dizem até que quando o homem
Criou-se das mãos de Deus
Ao ver os caminhos seus
Escutava do Divino:
- Pra Terra te enviarei
Muito frágil chegarás
Mas lá iniciarás
As lutas do teu destino





Derramarás muito choro
Pisarás pedra e espinho
Duro será teu caminho
Na busca da perfeição
Porém lá não estarás só
Antes mandarei alguém
Será teu Anjo do bem
A te dar o coração





E eis que te receberá
Enfrentando a própria morte
Um Anjo amoroso e forte
Pra toda necessidade
Seu seio há de te nutrir
Te fará andar, falar,
Sonhar e te preparar
Para ter felicidade





Fará todo sacrifício
Pra que tenhas segurança
Viverá da esperança
Será a tua guarida
Meu caminho ensinará
Velando em noite inteira
Sobre tua cabeceira
Pra te ver feliz na vida





E o homem encorajado
Logo indagou ao Senhor:
- Oh! Meu Deus, meu Criador
E quem tanto amor encerra,
Que Anjo será por mim?
E assim falou-lhe o Senhor
- Seu nome aqui é AMOR
Pra ti será MÃE na TERRA!

terça-feira, 8 de março de 2011

8 DE MARÇO O POEMA


8 DE MARÇO O POEMA
Merlânio Maia

Hoje é oito de março
Não é um dia qualquer
Dia Internacional
Da mulher, pois ser mulher
É ser o útero do mundo
É um aconchego profundo
Divino calor, queimarço...
Dia Internacional
Da mulher especial
É hoje o OITO DE MARÇO

No dia oito de março
Do ano mil e oitocentos
E cinqüenta e sete foi
O ápice dos movimentos
Libertários das mulheres
Lutavam contra os deveres
Em estafantes jornadas
Dezesseis horas por dia
Que a fábrica exigia
De suas faces suadas

E naquele oito de março
Em New York há alarido
As mulheres já em greve
Fecham fábrica de tecidos
Querem menores jornadas
De trabalho e são trancadas
No ambiente fabril
E como se fosse um jogo
Simplesmente ateiam fogo
Numa crueldade vil

O fogo destrói a fábrica
Queimando as tecelãs
129 delas
Não terão mais amanhãs
Mas seus ideais buscados
No fogo são inflamados
Vencendo no seu mister
E a sua dignidade
Muda toda a humanidade
Viva a força da mulher!

Mulher que dá vida ao homem
Que nos ensina a falar
Nos mostra os primeiros passos
E nos ensina andar
Seus braços, porto seguro
Seu seio de leite puro
Seu ventre arrebatador
Que dá-nos prazer e vida
Sua beleza incontida
É a pura estética do amor

Por isso é oito de março
Um dia especial
Já que ele representa
O dia internacional
Da mulher, mulher, mulher...
Que quando deseja e quer
Ao homem ampara e conduz
É a potencia sem fim
Que Deus construiu assim
Exemplo da sua Luz!

Mulher que inventou família
A criadora do lar
Sensibilidade infinda
Clarividência sem par
A Paz, carinho e ternura
E a segurança mais pura
Nosso anjo protetor
E é pelos carinhos seus
Que entendemos que Deus
A fez a essência do Amor

Não há jóia mais bonita
Mais cara, mais primorosa
Nem há flor que a represente
Nem margarida, nem rosa,
Não há nada que a imite
A mulher não tem limite
Nada iguala aos dotes seus
Oito de Março nos diz:
O homem só é feliz
Com esta jóia de Deus!

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A FÁBULA DAS TRÊS ÁRVORES


A FÁBULA DAS TRÊS ÁRVORES
Merlânio Maia


Contam que havia num bosque
Três árvores bem frondosas
Enfeitando a natureza
Viris, fortes e formosas
Oferecendo os seus galhos
Pra servirem de agasalhos
Aos pequenos passarinhos
Que ali se protegiam
Ali cantavam e faziam
Muito tranqüilos seus ninhos

Desde muito pequeninas
Naquele bosque risonho
Cada uma dessas árvores
Alimentava seu sonho
E daquilo que sonhavam
As três se alimentavam
E bem felizes viviam
Servindo e sempre sonhando
Aos seus sonhos detalhando
E todo o dia repetiam

E a primeira dizia
Olhando o céu estrelado
- Do machado nada temo
Pois serei baú pesado
A guardar grande tesouro
De gema rara e de ouro
De safira e de brilhante
E assim serei lembrada
Por todos serei falada
Desse momento em diante

Dizia a segunda alegre
Olhando o rio grande e forte:
- Que meu sonho aconteça
Mesmo que o machado corte
Pois serei grande Navio
A enfrentar mar bravio
E onde reis, generais
Lendas vivas, me usarão
E de mim se lembrarão
Sem se esquecerem jamais

A terceira olhando o vale
Falou entusiasmada:
- O que temer se meu sonho
É ser grande, admirada
Ficar tão fenomenal
Que quem me vir, afinal
Erga aos céus os olhos seus
Lembre a sua finitude
E mude sua atitude
Lembrando sempre de Deus

E todo o dia essas árvores
Seus sonhos alimentavam
Foram crescendo, crescendo
Tão altas que ao céu fitavam
Mas lenhadores bisonhos
Sem nada entender de sonhos
Usam seus rudes machados
Que perfumados ficaram
Quando as árvores arriaram
Naquele bosque adorado

A primeira é transformada
Não no baú desejado
Mas num cocho tosco e rude
Num estábulo atirado
Alimentando animais
Seu sonho ficou pra trás
E a vida nos fios seus
Segue e ela que é só tristeza
Repleta de incerteza
Pergunta: -Porque, meu Deus?

A segunda é convertida
Simples barco de pescar
Onde humilde pescadores
Adentravam pelo mar
Buscando o seu alimento
A enfrentar chuva e tormento
Toda hora, todo o dia
E ela seguia sem crer
Perguntando a sofrer:
- Por que o meu sonho morria?

E a terceira sonhando
Em crescer no seu propósito
Foi cortada em altas vigas
E atirada num depósito
E o tempo baixa a cortina
O espetáculo não termina
E a árvore é só tristeza
Sem ter seu sonho atendido
Pergunta em seu ser sentido:
- Por que, oh! Mãe Natureza?

Mas numa noite de estrelas
De um céu fenomenal
Cantavam-se melodias
De alegria sem igual
E uma mãe doce, tão linda
Que era tão jovem ainda
Depositou seu filhinho
Um bebê recém-nascido
Naquele cocho vencido
E hei-lo qual sublime ninho

Foi tão grande a alegria
Que a árvore primeira
Enfim tudo compreendeu
E rejubilou-se inteira
Pois nela fora guardado
O tesouro mais sagrado
Que o mundo conheceu
A Terra se iluminou
E um coro do céu cantou:
- É Natal. Jesus Nasceu!

Passaram-se trinta anos
E a árvore-embarcação
Recebe um belo homem
Do mais puro coração
E enquanto ele dormia
A tempestade invadia
Em destruição voraz
Foi quando ele despertou
E a tempestade acalmou
Quando ele disse: - PAZ!

E esta Segunda árvore
Viu o maior soberano
Senhor da Terra e dos céus
Da vida e dos oceanos
O maior conquistador
Dado o seu poder de amor
Pois d’Ele emanava luz
Seu ser passou a sorrir
Sempre, sempre a conduzir
O Cristo de Deus: Jesus!

E mais um pouco de tempo
Vemos a Árvore terceira
Sendo, enfim, utilizada
Na tarde de Sexta-feira
Unida em forma de cruz
Nela pregaram Jesus
Um homem tão iluminado
Tão santo que lhe doía
Mas retorna sua alegria
Vendo o sonho realizado

Três árvores, um só destino
Acreditaram em seus sonhos
Do bosque lá da montanha
Aos seus momentos tristonhos
Cada sonho aconteceu
Mais belo do que nasceu
Mais vivo e cheio de som
Provando a todos nós
Que jamais estamos sós
E tudo o que Deus faz é bom!