terça-feira, 28 de abril de 2020

NESSA VIDA TUDO PASSA


NESSA VIDA TUDO PASSA
Merlânio Maia

Tudo passa nessa vida
Menos o amor do divino
Passa a dor, passa a aflição,
Passa a paixão de inopino
Passa o riso e passa o choro
E passa o poder do ouro
Passa a beleza e a graça
Passa o presente e o futuro
E o desespero mais duro
Nessa vida tudo passa

Passa orgulho e egoísmo
Passa toda vaidade
Passará a ignorância
Passará toda maldade
Com os conceitos fugidios
Passarão juízo e brios
Vai passar toda desgraça
Quando passar a esperança
Passa o velho e a criança
Nessa vida tudo passa

Passa a riqueza e o poder
Passa  dinheiro e a ilusão
Diante de nossos olhos
O engano e o mal passarão
Vai passando a existência
O corpo e sua aparência
E antes que o mundo desfaça
Ilumina os atos teus
Pois além do amor de Deus
Nessa vida tudo passa!

PAÍS SEM NAÇÃO


O PAÍS SEM NAÇÃO
Merlanio Maia

Um país sem competência
De cuidar da sua história
Sem presente e sem futuro
Sem soberania ou glória
A cada ano um museu
Vira pó, cinzas e breu
Deixando o povo sem chão
Sem memória e sem futuro
Somente este ódio impuro
Forja um país sem nação!

Um país que seus políticos
São sanguessugas vampiros
Como não têm ideal
Queimam museus e papiros
Nada sabem de história
Não alimentam a memória
Sonham só com seu cifrão
São cupins cuja madeira
É a riqueza brasileira
Seu país é sem nação!

E o povo deste país
Que os elege de novo
É um povo sem futuro
É um espectro de povo
Vende o voto e vende a alma
Se vende e vive na palma
Da mão deste "Grande Irmão"
O resultado está aí
Incêndios aqui e ali
Nesse país sem nação!

Brasil desperta depressa!
Brasil acorda do sono!
Não vês que o mal se alastra
Que dormes no abandono?
Mostra o gigante de pé
Ensina ao teu povo a fé,
A esperança e a ação
Prende o ladrão e o corruto
Dá o teu grito resoluto
Solta teu braço impoluto
E faz-te PAÍS-NAÇÃO!
MM


CORDEL QUE SE COME


CORDEL QUE SE COME
Merlanio Maia

CHAPINHA DO SERTÃO

Cabavéi vou te ensinar
Delícias do meu torrão
A culinária divina
De lambê os beiço e as mão
É o que que dá sustança a nóis
E faz cresce a nossa voiz
Dos Sabores do Sertão

Hoje quero te amostrar
Como faz uma CHAPINHA
Que é CHAPINHA DO SERTÃO
Carne de Sol delicinha
A comida favorita
De Sá Maria Bonita
E seuzamô Lampião

Apois bem vá anotano:
CUBOS DE CARNE DE SOL
250 grama
Litro de ÓLEO GIRASSOL
A CEBOLA grande e meiga
Com mais QUEIJO DE MANTEIGA
E dois OVOS do paiol

Com duas cuia de sopa
De MEL grosso do engenho
Mais 150 gramas
De farinha no empenho
Farinha de rosca ou trigo
Me obedeça que eu te digo
Tu vai ver o desempenho

Bote essa carne de sol
Duas hora na água fria
Troque as águas duas veiz
Pro sal sair na porfia
Dispois frite em frigidêra
A carne e a cebola intêra
Na Mantêga da Terra, ispia!

Avia qui enquanto isso
Passe o queijo nas farinha
De trigo e dispois de rosca
Passe em ovos de galinha
E frite no óleo quente
É de arrupiar a gente
Que passar pela cozinha

Por fim jogue a carne e o queijo
E a cebola no tacho
Junto ao queijo de manteiga
Que vai ser um esculacho
Sirva assim com mel por cima
É Cuma a poesia e a rima
De endoidar as feme e os macho!

A MULHER QUE HOJE EU AMO


A MULHER QUE HOJE EU AMO
Merlânio Maia

A mulher que hoje eu amo
Tem histórias pra contar
Tem beleza a dar de sobra
E é de muito admirar
Seu corpo é um monumento
Sua atitude é um fomento
De força descomunal
A mulher que hoje eu amo
Tem o belo que reclamo
E o brilho que a faz real

A mulher que hoje eu amo
Tem as marcas das raízes
Tem estrias, (quem se importa?)
No ventre tem cicatrizes,
São medalhas das vitórias
Das suas lutas e glórias
Que a fazem linda e maior
Muito amou, muito se deu,
Construiu o império seu
Nada teme. É a melhor!

A mulher que hoje eu amo
Tem risada escancarada
Sabe que a vida é bem mais
Que os percalços da estrada
Nada é impossível pra ela
Como a estrela mais bela
Brilha mais na noite escura
Segue apontando o caminho
Pra que eu não siga sozinho
Me beija e se faz ternura!

A mulher que hoje eu amo
Olha a vida com ternura
Tem muito amor para dar,
Sua alma é mais linda e pura
Sabe ser esta guerreira
E é esta amada primeira
Do poeta e dos versos seus
Tem curvas de perdição
Xodó do meu coração
É a mulher que me deu Deus!