sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

PANDEMIA E NOVA ERA



PANDEMIA E NOVA ERA
MerlanioMaia

Eis o terceiro milênio
E a triste humanidade
Longe da fraternidade
Se mantém mais belicosa
A riqueza produz guerra
O mercado produz fome
Qual Hidra que tudo come
Devorando impiedosa

O sistema é pragmático
E a riqueza é para poucos
Financistas quase loucos
Escravos escravizados
Da miséria faz seu lucro
Robotizando as ações
Empobrecendo as nações
De cidadãos esfaimados

E a guerra encerrando os dias
Leva o ódio pelos lares
Qual Fênix que volta aos ares
Na busca de mais reter
A violência enlouquece
Os humanos desumanos
E é muito triste seus planos
De angariar mais poder

E destroem a natureza
Matam vidas milenares
Armam mentes militares
Que esquecem de defender
E atacam seu próprio mundo
Com requintes de crueldade
E aonde a ganância invade
O ter vale mais que o ser

E a natureza acoada
Vê que a sua harmonia
Vai morrendo a cada dia
Numa hecatombe voraz
Some toda a proteção
Que tinha como guarida
E a vida controla a vida
Com seus gatilhos virais

E o vírus, simples micróbio
Que a Natura controlava
O bioma encapsulava
Reproduz a cada dia
Atingindo o ser humano
Que sintoniza à consorte
E frágil encontra a morte
Compartindo em Pandemia

E o mundo inteiro adoece
A Europa dominada
Rasteja infectada
Perdendo força e poder
E o vírus segue matando
E a América humilhada
Que a morte tomou chegada
Mostrando o real poder

A África perde seus filhos
A Ásia assombrada treme
Toda Oceania geme
Ante esse vírus feroz
E ninguém escuta o pranto
Dos miseráveis da rua
Aonde a dor se faz crua
Na redenção dos após

E os que devem são cobrados
Num misto de medo e dor
O mundo geme de horror
E a humanidade agoniza
É um tempo negro e malsão
Dobrando todo egoísmo
Dominando o hedonismo
Numa atitude precisa

Por onde anda o amor?
Pergunta o Cristo solene
Seu mandamento perene
Que a tudo liberta e soma
Ante o amor tudo se acalma
Toda paz retorna aos lares
Cura a Natura lugares
Onde renasce o bioma

Chega de ódio e de guerra
Feche-se já o mercado
Que o ser humano cansado
Precisa de educação
Desconstruindo o sistema
Cruel sem mãe e sem pai
Que o Evangelho é quem vai
Trazer Regeneração

Silenciem os canhões
As armas e os soldados
De espíritos desarmados
Ao planeta se supera
As dores, perdas de vidas
Por conta do desamor
Sumindo o medo e o terror
Pra que chegue a Nova Era

Se o Cristo ao mundo governa
E acorda os adormecidos
Dando voz aos esquecidos
Há que se ter esperança
A renovar as nações
Fazendo o pranto cessar
E o mundo enfim respirar
Toda paz, toda bonança

Lá onde o ódio não chega
Há solução para tudo
Todo gemer fica mudo
Lá é sempre primavera
Jesus cura novamente
A ganância se desfaz
E a humanidade tem paz
No albor da Nova Era!

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Hoje acordei com este poema que é um grito de alerta e esperança pra todos nós, Meuzamô!

sábado, 6 de junho de 2020

PRECONCEITO II


O LIXO DO PRECONCEITO
Merlanio Maia

Enterre o seu preconceito
Cor da pele não define
Nem diminui o sujeito



A sua vó não retine
Nós somos humanidade
Vê que imbecilidade
A segregação de cor
Fazendo os iguais humanos
Diferentes em seus planos
Semeando o desamor

A triste realidade
É que jovens vem morrendo
Por ter sua pele escura
Perseguição ocorrendo
Sequer oportunidade
Nos empregos de verdade
Os negros e negras têm
Que sociedade horrível
De preconceito terrível
Distanciada do bem

Em tempos bem avançados
Desta tecnologia
Quem aqui pode afirmar
Da pureza da etnia?
Depois de tanta mistura
Quem pode alegar ser pura
Sua raça? E mesmo assim
Ninguém pode segregar,
Perseguir, prejudicar
Pela cor, seria o fim!

Nós somos esses humanos
Temos que ter consciência
Da igualdade da raça
Da etnia e da decência
Para que nos amanhãs
Nossas almas sejam sãs
Sem crueldade ou defeito
Que despertemos agora
Jogando esse lixo fora
Que chamamos PRECONCEITO!

quinta-feira, 21 de maio de 2020

O FILHO DA EXCELÊNCIA

O FILHO DA EXCELÊNCIA
Poeta Amazan




Hoje a nossa polícia
Está muito fiscalizada
Por isso é que cabra ruim
Deixou de levar mãozada
É, porque antigamente
Cabra metido a valente
Quando um soldado pegava
Ficasse com foi num foi
Era cada tapa ôi
Que o mocotó entrançava.

Hoje a polícia não pode
Mais dar cacete em ninguém
Cinegrafista amador
Em toda janela tem.
Mas antes tinha uns soldado
Daquele mal encarado
Na rota da bacurau
Que andava cum farnezim
Procurando cabra ruim
Pra dar um samba de pau.

Até que um certo dia
Às duas da madrugada
O quartel passou um rádio
A bacurau foi chamada
Pra ir prender um rapaz
Que andava tirando a paz
E o sono do pessoal
Com o som do carro ligado
Passando em sinal fechado
E dando cavalo-de-pau.

A bacurau fez fiapo
Para o local indicado
Não demorou encontrar
O rapaz embriagado
Tinha descido do carro
Tava comprando cigarro
Mas quando espiou de lado
Viu o camburão parando
E o soldado pulando
Já com o braço levantado.

Foi pulando e foi dizendo
_ Teje preso, seu safado
Mas antes eu vou lhe dar
Um murro tão condenado
Que tu vai rolar no chão.
Aí o boy disse: _Meu irmão
Tenha calma, tu tá quente
Bater em mim ninguém vai
Senão eu conto a meu pai
O juiz Manoel Vicente.

O soldado deu um freio
Que o coturno cantou
Uma travada no braço
Que o cotovelo estalou.
Aí o cabo disse: _ Junim,
Rapaz, tu aqui sozim
Essa hora biritando
Vamo pra casa, danado
Teu pai tá preocupado
E a gente lhe procurando!

Aí levaram Junim pra casa
Bateram numa janela
Manoel Vicente saiu
Com os ói chei de remela.
Aí o cabo disse: _ Doutor
Esse filho do senhor
Estava um pouco alterado
Não podíamos prendê-lo
Achamos melhor trazê-lo
Em casa ele está guardado.

E nisso Manoel Vicente
Nem sabia o que fazer
Olhando para a polícia
Começou a agradecer:
Ô, que polícia educada
_ Muito bem rapaziada
Gostei da iniciativa
Quando de mim precisar
Basta só me procurar
Lá na Liga Desportiva.

O soldado franziu a testa
E virou como um girassol
Você está me dizendo
Que é juiz de futebol?!
Pobre de Manoel Vicente
Respondeu todo contente:
_ Sim, o melhor do estado!
Aí não disse mais nada
Levou uma burduada
Que caiu desacordado.

Deram um cacete em Junim
Que o mijo espirrou no chão
Jogaram os dois pelo fundo
Das calças no camburão
Pobre de Manoel Vicente
Preso inocentemente
Sem ter feito nada errado
Junim sem uma pestana
E os dois passaram a semana
Vendo o sol nascer quadrado.

A REVOLTA DAS JUMENTAS


A REVOLTA DAS JUMENTAS

Poeta Amazan

Quem primeiro inventou greve
Aqui em cima do chão
Foi um lote de jumentas
Até com certa razão
É que Deus tava criando
Seus animais e soltando
Uns com urro, outros com berro
E por muito ter trabalhado
Sentiu-se um pouco cansado
Porque ninguém é de ferro.

Deus estava terminando
De inventar o jumento
Mas resolveu descansar
Determinado momento
Chamou um anjo importante
Que era seu ajudante
E amigo particular
E lhe disse com capricho
Termine aqui esse bicho
Que eu vou ali descansar.

E quando Deus retornou
Do seu descanso sagrado
Deu de cara com o jumento
Que já tava terminado
Mas notou logo um defeito
E disse assim desse jeito:
"Rapaz num tem jeito não,
só dá tempo eu me ausentar,
pro negócio desandar
no setor da criação."

É que o seu ajudante
Concluindo o animal
Deixou aquele negócio
Meio desproporcional
Metro e "mei" de comprimento
Maior do que o jumento
Chega passava da venta
Deus disse: "Num presta não,
que não vai ter posição
dele subir na jumenta."

O anjo disse: "Eu ajeito,
Comigo não tem fracasso,
É só pegar uma faca
E tirar aqui um pedaço."
As jumentas escutando,
Foram logo se juntando
E num desejo comum,
Disseram logo em seguida:
"Vê se arruma outra saída,
cortar? De jeito nenhum."

E fizeram uma assembléia
Colocaram em votação
Ganhou por unanimidade
A frase do "corta não"
Com a confusão criada
Deus viu que da enrascada
O anjo não sairia,
Aí entrou em ação
Pra mostrar a dimensão
Da sua sabedoria.

A marreta de dois quilos
Pediu para alguém trazer
E disse: "Segura o jegue,
que a gente vai rebater."
Aí baixou a pancada
Dava cada marretada
Chega esquentava a marreta
E o jegue até hoje em dia
Possui a mercadoria,
Da forma de uma corneta

terça-feira, 28 de abril de 2020

NESSA VIDA TUDO PASSA


NESSA VIDA TUDO PASSA
Merlânio Maia

Tudo passa nessa vida
Menos o amor do divino
Passa a dor, passa a aflição,
Passa a paixão de inopino
Passa o riso e passa o choro
E passa o poder do ouro
Passa a beleza e a graça
Passa o presente e o futuro
E o desespero mais duro
Nessa vida tudo passa

Passa orgulho e egoísmo
Passa toda vaidade
Passará a ignorância
Passará toda maldade
Com os conceitos fugidios
Passarão juízo e brios
Vai passar toda desgraça
Quando passar a esperança
Passa o velho e a criança
Nessa vida tudo passa

Passa a riqueza e o poder
Passa  dinheiro e a ilusão
Diante de nossos olhos
O engano e o mal passarão
Vai passando a existência
O corpo e sua aparência
E antes que o mundo desfaça
Ilumina os atos teus
Pois além do amor de Deus
Nessa vida tudo passa!

PAÍS SEM NAÇÃO


O PAÍS SEM NAÇÃO
Merlanio Maia

Um país sem competência
De cuidar da sua história
Sem presente e sem futuro
Sem soberania ou glória
A cada ano um museu
Vira pó, cinzas e breu
Deixando o povo sem chão
Sem memória e sem futuro
Somente este ódio impuro
Forja um país sem nação!

Um país que seus políticos
São sanguessugas vampiros
Como não têm ideal
Queimam museus e papiros
Nada sabem de história
Não alimentam a memória
Sonham só com seu cifrão
São cupins cuja madeira
É a riqueza brasileira
Seu país é sem nação!

E o povo deste país
Que os elege de novo
É um povo sem futuro
É um espectro de povo
Vende o voto e vende a alma
Se vende e vive na palma
Da mão deste "Grande Irmão"
O resultado está aí
Incêndios aqui e ali
Nesse país sem nação!

Brasil desperta depressa!
Brasil acorda do sono!
Não vês que o mal se alastra
Que dormes no abandono?
Mostra o gigante de pé
Ensina ao teu povo a fé,
A esperança e a ação
Prende o ladrão e o corruto
Dá o teu grito resoluto
Solta teu braço impoluto
E faz-te PAÍS-NAÇÃO!
MM


CORDEL QUE SE COME


CORDEL QUE SE COME
Merlanio Maia

CHAPINHA DO SERTÃO

Cabavéi vou te ensinar
Delícias do meu torrão
A culinária divina
De lambê os beiço e as mão
É o que que dá sustança a nóis
E faz cresce a nossa voiz
Dos Sabores do Sertão

Hoje quero te amostrar
Como faz uma CHAPINHA
Que é CHAPINHA DO SERTÃO
Carne de Sol delicinha
A comida favorita
De Sá Maria Bonita
E seuzamô Lampião

Apois bem vá anotano:
CUBOS DE CARNE DE SOL
250 grama
Litro de ÓLEO GIRASSOL
A CEBOLA grande e meiga
Com mais QUEIJO DE MANTEIGA
E dois OVOS do paiol

Com duas cuia de sopa
De MEL grosso do engenho
Mais 150 gramas
De farinha no empenho
Farinha de rosca ou trigo
Me obedeça que eu te digo
Tu vai ver o desempenho

Bote essa carne de sol
Duas hora na água fria
Troque as águas duas veiz
Pro sal sair na porfia
Dispois frite em frigidêra
A carne e a cebola intêra
Na Mantêga da Terra, ispia!

Avia qui enquanto isso
Passe o queijo nas farinha
De trigo e dispois de rosca
Passe em ovos de galinha
E frite no óleo quente
É de arrupiar a gente
Que passar pela cozinha

Por fim jogue a carne e o queijo
E a cebola no tacho
Junto ao queijo de manteiga
Que vai ser um esculacho
Sirva assim com mel por cima
É Cuma a poesia e a rima
De endoidar as feme e os macho!

A MULHER QUE HOJE EU AMO


A MULHER QUE HOJE EU AMO
Merlânio Maia

A mulher que hoje eu amo
Tem histórias pra contar
Tem beleza a dar de sobra
E é de muito admirar
Seu corpo é um monumento
Sua atitude é um fomento
De força descomunal
A mulher que hoje eu amo
Tem o belo que reclamo
E o brilho que a faz real

A mulher que hoje eu amo
Tem as marcas das raízes
Tem estrias, (quem se importa?)
No ventre tem cicatrizes,
São medalhas das vitórias
Das suas lutas e glórias
Que a fazem linda e maior
Muito amou, muito se deu,
Construiu o império seu
Nada teme. É a melhor!

A mulher que hoje eu amo
Tem risada escancarada
Sabe que a vida é bem mais
Que os percalços da estrada
Nada é impossível pra ela
Como a estrela mais bela
Brilha mais na noite escura
Segue apontando o caminho
Pra que eu não siga sozinho
Me beija e se faz ternura!

A mulher que hoje eu amo
Olha a vida com ternura
Tem muito amor para dar,
Sua alma é mais linda e pura
Sabe ser esta guerreira
E é esta amada primeira
Do poeta e dos versos seus
Tem curvas de perdição
Xodó do meu coração
É a mulher que me deu Deus!