quarta-feira, 18 de julho de 2012

POEMA NA HORA - MINHA TERRA


Minha terra tem um Cristo
Que abraça tudo o que há
Ali canta a juriti
Ali canta a sabiá
Quando eu estou bem distante
Como um caminheiro errante
Não esqueço o meu torrão
Às vezes choro! Ah! Saudade!
É quase uma vaidade
Ter nascido no Sertão!
(Poeta Merlânio Maia)

domingo, 8 de julho de 2012

RONALDO CUNHA LIMA - REALMENTE, INIMITÁVEL!


REALMENTE, INIMITÁVEL!
Merlânio Maia

Ronaldo Cunha Lima, INIMITÁVEL!
Soberbo, inigualável na magia
Que em versos suscitados é indomável
No trato co’a palavra é poesia

Político esmerado fez do estável
O progresso crescente a cada dia
E o seu sonho fez-se inalienável
De um tamanho que ao mundo contagia

De público e notório é um gigante
Do povo fez-se a tal força operante
Elevando-se além, qual sua rima...

Mas no seu coração de doce asceta
Pereniza-se o amor de ser poeta
Grande Vate: Ronaldo Cunha Lima!



terça-feira, 31 de janeiro de 2012

O DIABO DO CARNAVAL


O DIABO DO CARNAVAL 
Poeta Merlânio Maia 

Ninguém se engane ou se iluda 
Que em tempo de carnaval 
O "capirôto" se solta 
E a debandada é geral 
A cachaça dá o tom 
E a droga aumenta o som 
O povo perde o pudor 
Ninguém tem pena de nada 
E a multidão desvairada 
Bota o diabo no andor 

Na onda do "pula-pula" 
Com a "zuada" "truano"
Quem tá vestido se despe 
Fulano agarra sicrano 
Pois seja homem, ou mulher 
Venha de onde vier 
Que o sexo louco se faz 
Mulher com mulher se agarra 
Homem com homem na farra
Santo vira satanás 

Tem cabra que o ano inteiro 
Sonha com o carnaval 
E quando chega esse dia 
Sai da sua vida normal 
Muda o jeito empiriquita 
Bota um vestido de chita 
Pinta a boca de baton 
Sai rebolando e beijando 
Os outros homens cantando:
- Isso é que é carnaval bom! 


A história se repete 
Que a quebradeira é geral 
Tem gente que cai na dança 
Pensando em fazer o mal 
Roubo, furto e violência 
Nessa data é ocorrência 
Que nem polícia dá conta 
É o "ninguém é de ninguém!" 
Só chamego e xenhenhem! 
E ali a doideira apronta 

A bebida é consumida 
Como soro em hospital 
Se pudesse era na veia 
E a droga encontra um canal 
O batuque é louvação 
Desse reinado do cão 
Onde o doido mete os peito 
No passo desengonçado 
O certo é quem tá errado 
E o torto é quem tá direito 

É "caboquim" mascarado
E embriagado na rua 
É caboquinha aos pinote
Bebendo e ficando nua 
E o diabo até dança frevo 
Apalpa todo relevo 
No calor do "vuco-vuco" 
E é nesse esfrega-esfrega 
Que toda moral se entrega 
Num "ribuliço" maluco 

Ninguém pensa no amanhã 
Que é hoje que a coisa vai 
Tem pai que fica tam-tam 
Filho que na droga cai 
Na cinza da quarta-feira 
A ressaca é a companheira 
De um remorso infernal 
É imenso o prejuízo 
Desses que perdem o juízo 
Com o diabo do Carnaval!