quarta-feira, 16 de novembro de 2011

DAUDETH BANDEIRA APRESENTA O LIVRO MENESTREL DE MERLÂNIO MAIA


APRESENTAÇÃO DE DAUDETH BANDEIRA

               
                PARA muitos autores, contar histórias é apenas uma oportunidade de expressar-se ante as inquietações humanas, entretanto, para poucos, assim como Merlânio, desenvolver esta atividade é uma maneira de transportar-se a um mundo misterioso de experiências espirituais entrelaçadas através do espaço-tempo, tamanha grandeza é indiscutível pela envolvente e atraente linguagem empregada por ele em seus trabalhos poéticos e culturais. De forma que seus leitores vão além de admiradores, ou seja, passam a indagar sobre os diversos mundos e sobre si mesmos.

A linguagem popular, ora emocionante ora irreverente abordada nesta edição, garante o alcance do senso comum, pois independente de crenças e intelectualidade o homem conhece o poder tele-transportador das palavras e o busca como fio condutor entre ele e seu derredor. “MENESTREL – O contador de história”, o livro que ora se apresenta, é mais uma obra de autoria do ilustre poeta, músico e compositor Merlânio Maia, que já nos brindara com sua exuberante verve em outros livros de sua lavra, a exemplo de: “Cantando e contando histórias”, “Cordel de Luz”, “Poesia que canto e conto”, cujo tema central nos trouxe grande contribuição e riqueza de ensinamento às nossas vidas por meio de sábias lições de espiritualidade.

“MENESTREL – O contador de histórias” é uma obra eminentemente popular, composta de poemas, cantigas e causos extraídos do nosso cotidiano, com ênfase àqueles mais pitorescos cuja graça, marotice e humor lhes são absolutamente inerentes. Pelo que se convida a todos os leitores e escritores abeberarem-se desta fonte inesgotável de imaginário popular.

Daudeth Bandeira de Caldas 
 14 de setembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

O POETA E O PASSARINHO


Meu povo,

Este poema me veio agora, enquanto escutava a bela voz de Flávia Wenceslau.

Fiquei tão estasiado com suas músicas que veio rasgando lá de dentro este poema.

O POETA E O PASSARINHO 
Merlânio Maia 


Um passarinho cantante 
Logo que o sol nascia 
Pousava em minha janela 
E a sua canção trazia 
A minha alma de poeta 
Sentia-se tão completa 
Vendo aquele passarinho 
Me despertar na aurora 
Que senti naquela hora 
Que era Deus no meu caminho 

Era o Bom dia mais certo 
Na hora que o sol raiava 
Esta divina visita 
Na janela se postava 
E depois de olhar pra mim 
Virava pra o céu sem fim 
E cantava os versos seus 
E eu chorava agradecendo 
Que era mesmo que estar tendo 
Uma visita de Deus 

Enquanto eu tive no peito 
A poesia e a emoção 
Aquele canto perfeito 
Enchia-me o coração 
Mas as coisas ilusórias 
A busca infinda das glórias 
Me tirou deste caminho 
Sem poesia, as coisas vãs 
Me entristeceram as manhãs 
Sem Deus e sem passarinho 

Perdido vagava igual 
Uma folha solta ao vento 
Sofrendo no carrascal 
Sem ter paz um só momento 
Depois de muito penar 
Decidi tudo largar 
E retornar ao meu ninho 
Abracei-me a poesia 
E Deus no raiar do dia 
Me enviou o passarinho 

Que desceu pela janela 
Cantou, trinou no seu canto 
Trouxe outros cantadores 
E eu ali verti meu pranto 
Lembrei-me do Filho Pródigo 
E desvendei todo o código 
Que encantava os sonhos meus 
E canto e não sou sozinho 
Pois poeta e passarinho 
São missões dadas por Deus!