O Sabiá e o Gavão
Sou
Já eu sou bem deferente.
Acoisa mió que eu acho
É numdia munto quente
Eu i me sentá debaxo
Deum copado juazêro,
Prá escutá prazentêro
Ospassarinho cantá,
Pois aquela poesia
Tem amesma melodia
Dosanjo celestiá.
A
É num
De
Prá escutá prazentêro
Os
Tem a
Dos
Das
Cantando na
Bejando o
O sofreu e a patativa
Com o canaro e o campina
Temcanto que me cativa ,
Temmusga que me domina,
Einda mais o sabiá ,
Que tem premêro lugá,
É ochefe dos serestêro,
Passo nenhum lhe condena,
Ele é dos musgo da pena
Omaiô do mundo intêro.
Tem
Tem
E
É o
O
Pruquê cronta os
Tem o
É o assarsino das
Muntas vez , jogando o bote ,
Mais pió de que a serpente ,
Leva dos ninho os fiote
Tão lindo e tão inocente .
Eu comparo o gavião
Com esses farso cristão
Doinstinto crué e feio ,
Que sem ligá gente pobre
Quê fazê papé de nobre
Chupando o suó alêio.
Do
Chupando o suó alêio.
As Escritura não diz,
Mas diz o coração meu :
Deus , o maió dos juiz ,
Nodia que resorveu
A fazê osabiá
Do mió materiá
Que havia inriba do chão ,
ODiabo , munto inxerido,
Lá num cantinho, escondido,
Também fez o gavião .
No
A fazê o
Do mió materiá
O
De todos que se conhece
Aquele é o passo mais ruim
Étanto que , se eu pudesse,
Já tinha lhe dado fim .
Aquele bicho devia
Vivêpreso , noite e dia ,
Nomais escuro xadrez .
Já que tô de mão na massa ,
Vou contá agrande arruaça
Que um gavião já me fez.
É
Vivê
No
Vou contá a
Saí
A
Das
E
Achei num
Vendo os fíote
Achando
Fiz do juazêro
E bejei,
Passei quage o
Naquele
No
Foi
Se medisse,
Dali, daquele
Ia
Temendo
Desses
Mexesse
O
Os
Amanheceu
O
Quarqué
E
Nessa
Dava
Nas
Na copa dos arvoredo ,
Passarinho não cantava.
Naqueledia , bem cedo ,
Somente a coã mandava
Sua cantiga medonha .
A menhãtava tristonha
Como casa de viúva ,
Sem prazê, sem alegria
E dequando em vez , caía
Um sereninho de chuva .
Naquele
A menhã
E de
E
O
Parece
E
Botava
Uns nevoêro cinzento
Ia noespaço correndo.
Tudo naquele momento
Eu oiava e tava vendo,
Sem alegria e sem jeito ,
Mas , porém , eu sastifeito,
Sem com nada me importá,
Saí correndo, aospinote ,
E fui repará os fiote
Noninho do sabiá .
Ia no
Saí correndo, aos
E fui repará os fiote
No
Cheguei com munto carinho ,
Mas , meu Deus ! que grande agôro!
Osdois véio passarinho
Cantava numsom de choro .
Uvindoaquele grogeio,
Logo no meu corpo veio
Certo chamego de frio
E subindobem ligêro
Pr’asgaia do juazêro,
Achei oninho vazio .
Os
Cantava num
Uvindo
E subindo
Pr’as
Achei o
Quage que eu dava um desmaio ,
Naquelepé de juá
Elá da ponta de um gaio ,
Osdois véio sabiá
Mostrava notriste canto
Umamistura de pranto ,
Numtom penoso e funéro,
Parecendomãe e pai ,
Nahora que o fio vai
Se interrá no cimitéro.
Naquele
E
Os
Mostrava no
Uma
Num
Parecendo
Na
Se interrá no cimitéro.
Assistindo àquela cena ,
Eu juro pelo Evangéio
Como solucei com pena
Dosdois passarinho véio
E ajudando aquelasave ,
Nesseato desagradave,
Choreifora do comum :
Tão grande desgosto tive,
Que o meu coração sensive
Omentouseus baticum .
Dos
E ajudando aquelas
Nesse
Chorei
Omentou
Os dois passarinho amado
Tiverosorte infeliz ,
Pois o gavião marvado
Chegoulá , fez o que quis.
Osdois fiote tragou,
Oninho desmantelou
Elá pras banda do céu ,
Depois de devorá tudo ,
Sortava oseu grito agudo
Aquele assassino incréu .
Tivero
Chegou
Os
O
E
Sortava o
E eu com o maiô respeito
Ecom a suspiração perra,
Asmão posta sobre o peito
E osdois juêio na terra ,
Com uma dó que consome,
Pedilogo em santo nome
Donosso Deus Verdadêro,
Que tudo ajuda e castiga :
Espingarda te preciga,
Gavião arruacêro!
E
As
E os
Pedi
Do
Sei que o povo da cidade
Umaidéia inda não fez
Do amô e dacaridade
Deum coração camponês .
Eu sinto um desgosto imenso
Todo momento que penso
Noque fez o gavião .
Eem tudo o que mais me espanta
Éque era Semana Santa !
Sexta-fêra daPaixão !
Uma
Do amô e da
De
No
E
É
Sexta-fêra da
Fico
Pensando na
Naquela menhã
Daquele
E andei
E incrontei
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