domingo, 20 de junho de 2021

A SAGA DE SEVERINO CAÍDO DO CÉU

 


CORDEL DE LUZ


A SAGA DE SEVERINO CAÍDO DO CÉU


Lá vai Severino caído do Céu

Não foi por descuido foi necessidade


Largou o que tinha de jeito sisudo

E acordou miúdo e na necessidade


Largou o seu nome, seu posto e a farda

E rasteja e come aquilo aparece


Que há necessidade naquele Serrote

Sem água no pote esse pobre padece


Pequenino e pobre varou o Sertão

Saiu do Serrotes  varou taboleiros


E se fez vaqueiro, roceiro e pedinte

Cabôco de acinte no Sertão inteiro


Casou-se com Rosa, lá Rosa é Rosinha

Franzina menina também lá do Céu


Que não teve a força que Severo tinha

E morreu novinha, cumpriu seu papel


E esse Severino brigado com Deus

Sem saber que tinha um passado a purgar


Vagou pelo mundo sofrendo essa tinha

Tinha que ao destino "havera" de pagar


Foi menino, moço, maduro e ancião

Na sabedoria desvendou a fé


Fez-se rezador pelo alto Sertão

Com a luz se encontrou e mudou a maré


Na sua choupana hoje tem até fila

De pobres buscando saúde e atenção


E seu Severino de Chico de Bila

Agora e um santo daquele Sertão


Já pensou na volta e não quer mais voltar

Que no seu Sertão ele alivia a dor


É seu Severino de Chico de Bila

Que atende a fila com erva e com amor


Quando olha pro Céu inda bate saudade

Nem sabe de onde, de quando e de quem


Mas vai atendendo a dor dos sofridos

E àqueles gemidos responde com o Bem


Lá vai Severino caído do Céu!

(Merlanio)


Bom Dia com poesia, Meuzamô!


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