CORDEL DE LUZ
A SAGA DE SEVERINO CAÍDO DO CÉU
Lá vai Severino caído do Céu
Não foi por descuido foi necessidade
Largou o que tinha de jeito sisudo
E acordou miúdo e na necessidade
Largou o seu nome, seu posto e a farda
E rasteja e come aquilo aparece
Que há necessidade naquele Serrote
Sem água no pote esse pobre padece
Pequenino e pobre varou o Sertão
Saiu do Serrotes varou taboleiros
E se fez vaqueiro, roceiro e pedinte
Cabôco de acinte no Sertão inteiro
Casou-se com Rosa, lá Rosa é Rosinha
Franzina menina também lá do Céu
Que não teve a força que Severo tinha
E morreu novinha, cumpriu seu papel
E esse Severino brigado com Deus
Sem saber que tinha um passado a purgar
Vagou pelo mundo sofrendo essa tinha
Tinha que ao destino "havera" de pagar
Foi menino, moço, maduro e ancião
Na sabedoria desvendou a fé
Fez-se rezador pelo alto Sertão
Com a luz se encontrou e mudou a maré
Na sua choupana hoje tem até fila
De pobres buscando saúde e atenção
E seu Severino de Chico de Bila
Agora e um santo daquele Sertão
Já pensou na volta e não quer mais voltar
Que no seu Sertão ele alivia a dor
É seu Severino de Chico de Bila
Que atende a fila com erva e com amor
Quando olha pro Céu inda bate saudade
Nem sabe de onde, de quando e de quem
Mas vai atendendo a dor dos sofridos
E àqueles gemidos responde com o Bem
Lá vai Severino caído do Céu!
(Merlanio)
Bom Dia com poesia, Meuzamô!
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