CORDEL NO TEMPO
COLHEITA
Esse nasceu mutilado
Sem mãos, como pode ser?
Se há um Deus é muito mal
Diz alguém sem entender
Mas ali tem a Justiça
Curando a mente enfermiça
Que a lei faz acontecer
Mais um que na tenra idade
É do câncer portador
Os que não sabem a verdade
Acusam Deus da sua dor
Esse é somente um efeito
Da causa que o joga ao leito
Deus é mais, Deus é o amor
Aquele é tetraplégico
Devido a bala perdida
Porque Deus não impediu
Tal maldade sem medida?
A vida nunca tem fim
E a colheita faz-se assim
Deus é vida e plena vida
Quem leva a dor e a tortura
A consciência lhe cobra
A dor se faz impossível
E há que refazer a obra
Quem faz o bem colhe a sorte
E é feliz em vida e morte
Que a justiça se desdobra
E assim os casos sucedem
No caminho redentor
Na reeducação a alma
Pro santo e pro infrator
O que se planta na história
Tem colheita obrigatória
Seja na dor ou no amor
(Merlanio)
Bom Dia com Poesia, Meuzamô!
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