Dizem que depois que Deus
Dos dotes e amores seus
Inventou, do barro, Adão
Percebeu no seu verniz
Que o pobre era infeliz
Vivendo na solidão
Então foi lá resolver
Fez Adão adormecer
Naquela tarde singela
E na região dorsal
Fez um corte transversal
Tirando-lhe uma costela
Passou a mão e fechou
O corte cicatrizou
Sem inchaço nem riscado
Mandou Adão acordar
Mas notou no seu andar
Que ele ficara aleijado
Sem a costela direita
A obra estava imperfeita
E o Senhor volta a operar
Retira a do outro lado
Deixa Adão recuperado
E vai a Eva criar
Ficou a outra costela
Jogada no chão daquela
Floresta do paraíso
Mas cachorro e urubu
Corroeram o osso cru
Ah! Dois bichos sem juízo!
Quando Deus bem satisfeito
Procurou o osso perfeito
Já estava “assim” de formiga
Disputada entre os cachorros
E os urubus nos morros
Por ela fazendo briga
Deus tomou-lhes a costela
Mas o que sobrou daquela
Ficou feio de se ver
Mas da costela mal feita
Uma arte bem perfeita
O Senhor pensou fazer
O Obreiro da Criação
Usou da sua razão
Nessa costela ruída
Furou, puxou e torceu
Raspou, colou e bateu
E no final soprou vida
Meio triste e desolado
Deus disse: - “Está tudo errado
Pois a peça se perdeu!”
Mas Adão disse: - Está feito
Deixe assim que eu aceito!
Depois se arrependeu
Mesmo repleto de amor
O Todo-sábio Senhor
Que nada no mundo logra
Ao ver o seu resultado
Resmungou: - Fiz tudo errado!
Pois tinha criado a SOGRA
E assim fez o Criador
Sempre repleto de amor
Deixou sua obra em paz
Mas criou sem intenção
Na derradeira invenção
A PARÊA DE SATANÁS!
2 comentários:
Merlânio, que maravilha!
Excelente idéia a criação do blog que acho mais amigável que os sites.
Já sei como irei passar minha tarde de domingo, hoje.
Volto mais tarde para me deliciar com os poemas.
Obrigada.
beijos, bom domingo, boa semana
Obrigado Saramar.
Seja bem vinda ao nosso blog.
Abraço forte.
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