quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

RECADO DE AMIGO

 


CORDEL NO TEMPO


RECADO DE AMIGO


Menino, era um tirinete 

O das compra de Natal

O povo passava mal

Um ruge-ruge danado

Cada fila uma sentença

Na roda do desespero

Quem vinha por derradeiro

Não levava do Mercado


Mas hoje a coisa está xique

Tudo está tão diferente

Sem fila, pois não tem gente

Que não há preço que agrade

Quem vai, vai desconfiado

Ameaça, pega e fecha,

Tira selfie, pensa e deixa

Foi só matar a saudade


A inflação tá de volta

Que aqui o côco tá seco

A avenida virou beco

Classe média é "marromeno"

O pobre vive no arrocho

Vai comendo sem mistura

Que a carestia tritura

Com seu olhar obsceno


Só enrica o bilionário

A classe média faliu

Quem te vê e quem te viu

E assim nivelou o trem

Quem tem dez não quer soltar

E o Banco quer lhe tomar

Quem tem cem corre a guardar

Com medo de ficar sem


O pobre sofre gritando

Governo empurrando atrás

Ao imposto aumenta mais

Pra ver se o povo aguenta

É o mundo pegando fogo

Como um trem de dinamite

E um doido "chêi" de arrebite

Fumando em câmera lenta


Ninguém sabe aonde vai

Ou se um dia vai chegar

A inflação de lascar

E um vírus correndo atrás

Quem vacinou vai vivendo

Quem não quis é risco certo

Baú de Pandora aberto

Que dos outros tira a paz


E assim segue a procissão

Sem um santo no andor

E pra onde a gente for

É inflação e carestia

Só quem cresce são os bancos

Que na crise multiplica

E o povão miserifica

Que em maus políticos confia


Por isso meu camarada

Só vote em quem preza a vida

Quem à miséria convida

E do pobre tira o pão

Esse não merece o nome

Vote contra, que ele some

Vote pensando na fome

Que mata a nossa nação

(Merlanio)


Bom Dia com Poesia, Meuzamô!


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