domingo, 22 de maio de 2022

PIXILINGA

 


CORDEL NO TEMPO #1012


PIXILINGA


Pixilinga era o seu nome

E ele sempre aparecia

Quando a gente carecia

E havia necessidade

Era puro como o lírio

Inocente como a brisa

E usava a mesma camisa

Seu nome era caridade


Era um parteiro mais certo

Enfermeiro prestimoso

Seu unguento poderoso

Era um grande Rezador

Animais ele curava

Rezava em gente e sarava

Nossa dor ele levava

Com humildade e amor


Doença contagiosa

Febre dor coceira forte

Gente na beira da morte

Pixilinga libertava

Parto de animal ou gente

De mão hábil diligente

E sua reza potente

Tudo o velhinho curava


Do nada ele aparecia

Quando a dor nos visitava

Pixilinga ali estava

Sua estatura pequena

Sua alegria inocente

Tocava a alma da gente

Sua fama era corrente

Com fé tudo enfrentava


Mas quando não carecia

Seu nome era esquecido

Era de todos querido

Com os remedinhos seus

Sua voz fraca e franzina

Sua alma cristalina

Com a fé pura e divina

No Sertão Anjo de Deus


Onde morava o velhinho

Pouca gente conhecia

E ele só aparecia

Pra fazer a caridade

Eu o conheci nas dores

Quando nos meus estertores

Ele me trazia flores 

Aliviava de verdade


Hoje eu posso imaginar

Ele chegando no Além

Depois de fazer o bem

Com os chás e unguentos seus

Jesus dizendo: Bem-vindo!

Meu velhinho doce e lindo

E ele entrando sorrindo

Na imensa Mansão de Deus!

(Merlanio)


Bom Dia com Poesia Meuzamô!


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