segunda-feira, 27 de junho de 2022

POESIA E VAIDADE

 


CORDEL NO TEMPO #1046


POESIA E VAIDADE


Um dia um ente me disse:

Poeta vá se cuidar

Que poesia é vaidade

E isso vai lhe acabar


Fui murchando a minha voz

E tratei de me calar

E a tristeza me tomou

E o sarcasmo fez mar


Se a roseira todo dia

Só pra sua luz mostrar

Botava um botão de rosa

Vaidosa em meu pensar 


Se eu passasse no riacho

Ouvia ele sussurrava

E eu dizia: Ah amostrado

Faz isso pra se mostrar


Os passarinhos em festa

Me acordavam a cantar

- Espia! Que vaidade

Só porque sabem cantar!...


Vinha à noite e as estrelas

Me piscavam sem parar

E eu as ironizava

- Estrela quer estrelar!


E a natureza vestia

Seus verdes de estontear

Suas flores, seus encantos

Só para dela eu falar


Depois veio um Cantador

Que cantava sem parar

E trouxe a reflexão

Que eu precisava escutar


Mais tarde vem um poeta

E fez um verso sem par

E eu fiquei avariado

Sem que pudesse falar


E fui ali despertando

No ofício a desabrochar

Que em cada ser vivente

A Arte quer estrear


A Natureza e as coisas

O cantador a cantar

O poeta e a poesia

Tudo tem que se expressar


E não é por vaidade

É Deus quando vai criar

Ordena: FAÇA-SE A LUZ!

E a Luz tem que ILUMINAR!

(Merlanio)


Bom Dia com poesia Meuzamô!


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